COMUNICADO: Contestação à Galp no dia da Assembleia de Accionistas promove manifestação online

A primeira manifestação online em Portugal, Galp Must Fall, foi convocada para 24 de Abril às 15h, ao mesmo tempo que ocorre a Assembleia Geral de Accionistas (AGA) da Galp e também na data da Greve Climática Digital.

*

Os activistas acusam a Galp de “extractivismo ambiental e social”, de ser o principal actor na crise climática em Portugal, e também de neocolonialismo nos restantes dez países em que tem projectos de exploração de combustíveis fósseis.

O protesto reivindica o desmantelamento da Galp, uma transição justa para os trabalhadores da indústria fóssil, reparações para as comunidades e ecossistemas afectados e uma democracia energética pública e 100% renovável para todas as pessoas, pode ler-se no website da iniciativa, onde estão anunciadas as actividades previstas para dia 24 deste mês.

“A decisão de contestar esta assembeia de accionistas já tinha sido tomada muito antes da pandemia de covid19. A AGA da Galp é uma cena de crimes cometidos contra o clima e contra as pessoas. Caso a AGA acontecesse na sede da Galp estaríamos lá à porta. Uma vez que a Galp decidiu manter a data da assembleia mas realizá-la online devido à crise de saúde pública, lá estaremos também, a protestar por vários meios.” refere João Reis, activista do Climáximo.

“O protesto inclui várias vertentes, online e offline. Estaremos presentes na AGA para fazer perguntas a este órgão decisor da Galp, teremos um festival artivista com actuações de artistas de vários dos países onde a Galp está presente e acções online em massa, nomeadamente através do website manif.app, que permite manifestações nas ruas digitais”, acrescenta.

Andreia Ferreira, da organização da acção, afirma “a Galp tem de cair porque a sua actividade é criminosa, contra o clima e contra as pessoas, e porque detém um poder político quase inquestionável. Perante uma crise climática sem precedentes, e sendo essencial cortar as emissões globais de gases com efeito de estufa para cerca de metade até 2030, a Galp não só mantém os seus projectos em onze países, como anuncia a intenção de duplicar a sua produção petrolífera, sob uma imagem absolutamente falsa de transição para energias verdes. Não é só a Galp que tem de cair, é toda a economia fóssil e o sistema que coloca o lucro acima das vidas das pessoas e do futuro da Humanidade.”

“Os lucros astronómicos que a Galp pretende distribuir aos seus accionistas devem ser canalizados para assegurar uma transição justa para os trabalhadores das refinarias de Sines e Matosinhos, que terão de deixar de laborar na área dos combustíveis fósseis, e para compensações às comunidades internacionais que mais sofrem com o extractivismo neocolonialista da Galp, nomeadamente com as famílias moçambicanas expulsas das suas terras”, remata.

Natanael Salvan, do Climate Save Portugal, frisa “hoje, neste exacto dia, morrem milhares de pessoas devido as políticas adoptadas por empresas como a Galp, que usam o extractivismo dos combustíveis fósseis para aumentar os seus lucros. Esta devastação dos nossos recursos naturais e consequentemente os impactos causados ao ecossistema já são visíveis para todos, pois já vemos hoje o que estas mesmas empresas já sabiam, escondiam e fizeram lobby para continuar por décadas. Não temos mais tempo e no estado da crise mundial em que estamos devido à pandemia, é inaceitável que os governos continuem a dar vantagens e até continuar a deixar que estas empresas permaneçam activas.”

A campanha contra a Galp é paralela a outras campanhas contra grandes petrolíferas, a Shell Must Fall e a BP or not BP.

A acção é co-organizada pelos colectivos Climáximo, Climate Save Portugal e 2degrees artivism​.​

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Facebook
Twitter
Instagram
RSS
Flickr
Vimeo
Climáximo