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Wrap-up: Manifestação Resistência Climática

No dia 9 de dezembro, a Cimeira do Clima COP-28, organizada por um petro-estado ditatorial, continuava, em toda a sua força, a negociar a destruição climática. No dia 9 de dezembro, os cientistas climáticos, aterrorizados, continuavam a alertar para o facto de que entrámos num “território desconhecido”, e as emissões de gases com efeito de estufa continuam a aumentar.

No dia 9 de dezembro, uma centena de pessoas juntou-se em Lisboa em Resistência Climática para denunciar o processo das cimeiras como uma cena de crime e a economia fóssil como um aparelho de destruição em massa.

A manifestação foi convocada pelo Climáximo e contou com o apoio de várias organizações: CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral | Greve Climática Estudantil – Lisboa | Habita | Partido Ecologista “Os Verdes” | PATAV – Plataforma Anti Transporte dos Animais Vivos | Quercus | Scientist Rebellion Portugal | Sirigaita | SOS Racismo | SPN – Sindicato dos Professores do Norte | STCC – Sindicatos dos Trabalhadores de Call Center | Stop Despejos

As manifestantes marcharam do Saldanha até à rotunda do Marquês de Pombal, onde organizaram uma Assembleia de Resistência, durante a qual bloquearam a rotunda com os seus corpos.

Temos de parar e falar sobre o estado de guerra em que estamos. Temos de parar e construir o nosso plano de desarmamento climático. Com esta ação, parámos o trânsito na rotunda do Marquês de Pombal durante mais de uma hora, e discutimos o nosso plano com toda a gente que se quis juntar.

 

Na Assembleia de Resistência, além da discussão coletiva, houve uma votação para definir as prioridades estratégicas do movimento pela justiça climática, no próximo ano.

Mais abaixo temos informação detalhada para as geeks de dados crús. Basicamente o que saiu da Assembleia foi:

Na parte de Parar a Proliferação, mais de metade das pessoas acharam prioritário:

  • fim às emissões de luxo

  • fim a todos os investimentos públicos em fósseis

  • nem mais um projeto que aumente emissões de gases com efeito de estufa

também foi destacada a reivindicação:

  • dizer a verdade: honestidade sobre o estado de crise climática.

Na parte de Desativar Todas as Armas, mais de metade das pessoas acharam prioritário:

  • criação de um serviço público de transportes coletivos públicos, elétricos e gratuitos

  • neutralidade carbónica até 2030 em Portugal

  • criação de Empregos para o Clima e de um Serviço Público de Energias Renováveis

  • 100% de eletricidade renovável e acessível até 2025 em Portugal

  • habitação pública

  • justiça de rendimentos ao serviço do clima – os 1% pagam

  • desmantelar o colonialismo fóssil

foram também destacadas as medidas:

  • agroecologia regenerativa

  • autonomia e eficiência energética nos edifícios

Isto não foi só um momento de discussão política de base, mas também uma oportunidade para dar feedback ao Climáximo. Recebemos estes resultados como uma indicação sobre quais devem ser os nossos focos ao longo do próximo ano, e vamos começar a trabalhar sobre estes resultados a partir da próxima semana.

Recebemos também uma dezena de comentários anónimos que vamos integrar na nossa comunicação e na nossa estratégia.

Depois da Assembleia, a manifestação continuou a marchar na Avenidade da Liberdade e acabou na Praça dos Restauradores, onde divulgámos os resultados da Assembleia.

Para saberes mais sobre a crise climática, sobre o Climáximo e sobre a nossa estratégia, aparece no dia 18 de dezembro, na apresentação pública “Em estado de guerra: o que fazer?” no GAIA-Lisboa (Rua da Regueira 40, Alfama).

Os dados e algumas notas técnicas

O objetivo principal da Assembleia de Resistência foi parar o funcionamento normal da sociedade e pôr em debate público um plano de desarmamento climático.

Em termos do significado político:

  • Não temos qualquer ilusão sobre a representatividade da Assembleia ou sobre a profundidade que conseguimos fornecer numa hora de discussão à chuva. Mesmo assim, foi um momento prefigurativo: mostrámos o que queremos que aconteça como resultado da disrupção pública.

  • Reconhecemos que falta apresentar e discutir o Plano de Paz.

  • Apesar da ação ser convocada pelo Climáximo, a votação não foi influenciada por nós: (1) a maioria das manifestantes não era do Climáximo; (2) umas 10-15 ativistas do coletivo nem votaram porque tinham outras funções durante a Assembleia; e (3) não houve debate prévio no Climáximo e como tal não houve qualquer alinhamento interno deliberado.

Agora, os votos (podes consultar os títulos completos das medidas, aqui):

Parar a Profileração

71 votos

Desativar Todas as Armas

67 votos

Novos projetos4056%
Investimento público4462%
Luxo4868%
Desnecessário13
Despejos19
Política fóssil5
Espaço público13
Verdade3144%
Neutralidade Carbónica 20233654%
Empregos para o Clima3552%
Eletricidade3552%
Transportes5684%
Aviação13
Indústria18
Suficiência energética8
Economia circular17
Agroecologia2943%
Alimentação16
Incêndios17
Habitação pública3552%
Edifícios2842%
Emprego digno19
1% pagam3552%
Tratados9
Segurança / Militar17
Colonialismo Fóssil3451%

Em termos de metodologia e execução:

  • A discussão aconteceu em grupos de 3-8 pessoas, porque o nosso objetivo era muito mais a discussão do que a votação. Fizemos várias rondas em plenário de delegados para os grupos também conseguirem partilhar impressões e opiniões entre si.

  • Na parte de Parar a Proliferação, pedimos 3 escolhas entre 8 opções. Na parte de Desativar Todas as Armas, pedimos 7 escolhas entre 18 opções. Esta forma de votação foi escolhida por incentivar mais debate e não pela sua capacidade representativa das participantes.

  • Há medidas que cruzam entre si, o que deve ter interferido com as escolhas das pessoas.

  • Alguns grupos votaram no mesmo papel, o que dificultou a nossa leitura dos resultados.

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  1. I had a great time with that, too. Despite the high quality of the visuals and the prose, you find yourself eagerly anticipating what happens next. If you decide to defend this walk, it will basically be the same every time.