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Mais de 750 pessoas em 14 cidades em protesto pela Deseucaliptização, Descarbonização e Democratização

No passado dia 20 de Setembro, mais de 750 pessoas participaram em protestos em catorzes cidades do país: Águeda, Arganil, Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Lousã, Odemira, Oliveira do Hospital, Pedrógão Grande, Porto, São Pedro do Sul e Sertã. Os locais com maior participação este ano foram a Lousã, Arganil, Sertã e Oliveira do Hospital, em territórios particularmente devastados neste ano de 2025.
 
As zonas mais afectadas pelos incêndios foram aquelas em que houve mais mobilização, à volta das serras do Açor e da Lousã onde se registaram os maiores megaincêndios alguma vez registados na História de Portugal. Apesar dos incêndios de véspera, em Oliveira do Hospital mobilizou-se uma multidão com mais de 100 participantes frente à Câmara Municipal sob o lema “Deseucaliptar, Descarbonizar, Democratizar”. Os protestos organizados pela Rede Emergência Florestal / Floresta do Futuro foram articulados com a mobilização internacional Draw the Line, que articulou protestos em todo o mundo contra o caos social e ambiental provocado pela crise climática. Em Portugal, os incêndios florestais são a manifestação mais evidente desta crise que, combinada com um território abandonado e entregue a empresas como a The Navigator Company e Altri torna o território, em particular o interior, tornou o país numa zona inflamável e perigosa para as populações.
 
O protesto organizado pela Rede Emergência Florestal / Floresta do Futuro é um grito de revolta contra a resignação de que Portugal tem de ser o país mais inflamável da Europa e as suas populações rurais carne para canhão das indústrias fósseis e da pasta de papel. É urgente e inultrapassável o corte de emissões de gases com efeito de estufa e uma mudança estrutural no território nacional, contra os entraves impostos pelos sucessivos governos em articulação com indústrias destruidoras como a das celuloses e da energia. 
 
O Climáximo participa na coordenação da Rede de Resposta Rápida a Incêndios / Floresta do Futuro desde 2023 e este ano envolveu-se em particular na organização do protesto em Lisboa ( embora alguns apoiantes tenham estado presentes em outros locais do país). Terminado o protesto, estamos neste momento no início de preparação de execução daquilo que foi aprovado no mês passado na nossa nova Declaração de Emergência Climática: “Compreendemos que será preciso alargar e organizar a base social do movimento para conseguir mobilizar milhares de pessoas para travar a crise climática e responder aos momentos ultrajantes que ela provoca. Há pelo menos, dois ângulos para abordar esta tarefa: podemos olhar para as causas e podemos olhar para os efeitos.No lado dos efeitos, sendo Portugal uma zona crítica de aquecimento, todos os territórios estão na linha da frente dos incêndios, ondas de calor e seca. Junto às comunidades dos territórios mais fustigados vamos, até ao próximo verão, perceber como visibilizar estes efeitos da crise climática e agir para evitar os piores cenários. Isto implica não só solidariedade ativa, mas também organização nos termos das comunidades. Nós não temos muita experiência sobre a segunda componente. Teremos de aprender, escutar e co-desenhar esta campanha – o que ocupará os próximos meses à nossa frente.”Terminada a ação da Rede este ano, dedicar-nos-emos à co-criação de uma campanha sobre os efeitos da crise climática com particular ênfase nas zonas mais afetadas por incêndios, ondas de calor e secas.

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