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Climáximo: Três ativistas presentes hoje a tribunal condenadas. “É nosso dever resistir a crimes do governo e empresas que continuam impunes quando atacam toda a sociedade.”

​​​​​​​Esta tarde, as três ativistas que bloquearam a Rua de São Bento no passado dia 10 foram condenadas ao pagamento de multa de 600€ por crime de atentado à segurança de transporte rodoviário.

O coletivo defende que “a democracia portuguesa está doente; denunciar os crimes é punido, quando os verdadeiros criminosos continuam livres para continuar a matar”.​​​​​​​

A audiência das três ativistas pela justiça climática e social detidas no passado dia 4 de Outubro por bloquearem o trânsito na Rua de São Bento, marcada para as 11:30 de hoje no Campus de Justiça, terminou há pouco com a condenação pelo crime de atentado à segurança de transporte rodoviário, e pena de prisão por um ano, reconvertida em coima de 600 euros.

À saída do tribunal, as ativistas prometem continuar a “lutar pela sobrevivência”.
“Desobedecer, quando está a dar-se a maior crise da história da humanidade, quando milhares de pessoas morrem todos os anos devido à crise climática, e milhões de pessoas são deslocadas das suas casas e das suas vidas, não só não pode ser criminalizado como é um dever.

Nós estamos cientes dos crimes horrendos que são cometidos há décadas, contra mim, contra ti, contra todas as pessoas.
Sabendo isso, não nos peçam que aceitemos passivamente este destino, recusamo-nos a ser cúmplices.

Sabendo o que todos sabem, há décadas, temos a obrigação de parar os culpados.” discorre Carolina Falcato, uma das arguidas apoiante do Climáximo.

Leonor Canadas, uma das porta-vozes do coletivo, afirma que “esta democracia está doente, e o mundo virado do avesso.
Somos punidos por denunciar crimes de genocídio, quando os verdadeiros criminosos continuam livres para matar.
Ainda existir uma ponte aérea entre Lisboa e Porto, a eletricidade não ser 100% renovável quando isto é tecnicamente possível, o novo gasoduto da REN, a expansão da entrada do gás fóssil em Sines, as explorações petrolíferas neo-colonialistas da Galp em Moçambique e no Brasil, esses sim são crimes contra a humanidade”.

“A justiça portuguesa vira-se contra quem denuncia, em defesa dos poderes instituídos e dos criminosos, em vez de defender as pessoas.

Evidência disso mesmo é a condenação de Mamadou Ba por difamação quando, tal como nós, apenas evidenciou a verdade que está à vista de todos.
O Climáximo solidariza-se com Mamadou Ba, e manifesta todo o apoio.” termina Leonor.

O coletivo pela justiça climática tem ganho notoriedade nas últimas semanas pela intensificação de várias ações de desobediência civil em que pretendem “interromper a falsa normalidade em que vivemos para evidenciar que estamos todos a ser vítimas de crimes de guerra que não podemos continuar a consentir”, e para “chamar as pessoas para que se juntem a nós nesta resistência.
Já que mais ninguém conseguiu parar com o aumento de emissões, e a justiça está conivente com os agressores, temos de ser nós a combater os criminosos” colmata ainda Carolina.

Para fazer face ao pagamento das coimas, o coletivo indica que vai organizar alguns eventos de beneficência, como concertos com artistas apoiantes da causa, com entrada por donativo livre.

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