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Foram a Tribunal Hoje As 4 Pessoas Detidas Ontem Em Protesto No Aeroporto “Em Defesa da Vida”

“As consequências legais de agir em defesa da vida e do clima são infinitamente menores do que a hesitação neste momento histórico”, afirma porta-voz

Saíram há pouco do edifício F do Campus da Justiça as 4 pessoas detidas na assentada popular “Parar os Aviões”, que este domingo causou disrupção durante mais de 30 minutos nos acessos rodoviários ao Aeroporto de Lisboa. Após saírem sem julgamento, será agora aberto um processo de inquérito. No entanto, afirmam “não há tribunal com justiça neste momento capaz de julgar os verdadeiros criminosos: os governos, as empresas da indústria da aviação, o sistema fóssil. Eles estão a matar-nos”.

Francisco Siqueira, porta-voz, afirma que “estas pessoas agiram em defesa da vida. São pessoas que trabalham, que estudam e que, como muitos de nós, compreendem a gravidade da crise climática e querem alertar a população para esta que é uma guerra declarada por governos e empresas às pessoas e à Natureza. A repressão é uma tentativa de desmobilizar e castigar quem toma ação contra um sistema que nos está a levar ao abismo. Mas não recuaremos. As nossas vidas, das nossas famílias, das nossas comunidades, estão em risco. Ao terem planos para construir um novo aeroporto, torna-se ainda mais claro que os governos e as empresas estão a tomar decisões que nos estão a matar.”

Maria Lourenço, estudante, explica que “estivemos na assentada popular no aeroporto de Lisboa porque esta é a infraestrutura mais emissora e poluente do país. A indústria da aviação está a lucrar à custa da vida de todos. E, ainda assim, em plena crise climática e depois de termos assistido a desastres como Valência, existem planos para a expansão e para a construção de um novo aeroporto. No seu programa eleitoral, todos os partidos consentem com a construção de um novo aeroporto, uma verdadeira fábrica de armas a serem usadas contra nós, pessoas comuns. Sabemos que este sistema não nos vai salvar, e só a democracia e o poder popular vão evitar a barbárie e construir uma vida justa e digna num planeta habitável. Apelamos a todas as pessoas: sabendo o que sabes sobre a crise climática, o que vais fazer? Temos de entrar em resistência já”.

Em comunicado, o Climáximo remata que “precisamos de decrescer em muito o setor da aviação até quase zero emissões em 2030, garantindo desde já o cancelamento de novos projetos, o fim aos voos de curta distância e o fim aos jatos privados. Em paralelo, precisamos de garantir uma rede de transportes públicos gratuitos e eletrificados para todas as pessoas”.

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