Um grupo de apoiantes do Climáximo interrompeu esta tarde o início de uma sessão sobre hidrogénio no evento Portugal Renewable Energy Summit 2023, evento da APREN, que contava com a presença de representantes da Galp e da EDP. As ativistas cobriram a entrada da sala, onde os participantes da sessão se encontravam, de pó colorido, acusando o evento de greenwashing de crimes de guerra e os seus patrocionadores de genocidas.
Ao início da tarde, na entrada do auditório da Cultergest onde iam entrar os participantes – entre os quais representantes da Galp e da EDP – para uma sessão sobre a importância do hidrogénio na península ibérica do evento Portugal Renewable Energy Summit 2023, 2 apoiantes do Climáximo cobriram o local de pó colorido, acusando a Galp, a EDP e outras empresas patrocinadoras do evento de serem genocidas e o evento de ser uma estratégia de “greenwashing” dos crimes de guerra das petrolíferas. Simultaneamente, outra ativista escreveu a vermelho nos cartazes do evento “Galp + REN = Morte”.
Para o Climáximo, o investimento em energias renováveis não pode estar nas mãos das empresas petrolíferas que lucram com a crise climática via estratégias de “greenwashing” para encobrir a continuação e expansão de combustíveis fósseis, como o gás “natural”. A ação visou denunciar aquele debate sobre hidrogénio como mais uma ameaça à descarbonização e um atentado à vida de milhares de pessoas.
Segundo o Climáximo, embora o hidrogénio possa desempenhar um papel na transição, nas mãos das empresas e de governos vendidos às petrolíferas (algo ainda mais visível com a recente crise política) continuará a ser uma forma de mascarar a continuação do uso do gás fóssil e da sua infraestrutura por décadas, não cortando emissões e desviando fundos públicos necessários para uma real transição energética que garanta a sobrevivência da humanidade.
Alice Gato, porta-voz da ação, afirma que “a Galp, dona da refinaria de Sines que é responsável por grande parte das nossas emissões, a EDP, por deter as centrais a gás que têm de ser desarmadas através de um processo de transição justa para os seus trabalhadores, e ambas por terem deixado centenas de trabalhadores desamparados, deviam neste momento estar a ser julgadas por crimes de guerra, não premiadas com mais negócios de extinção em massa”.
A porta-voz adiciona ainda que “qualquer governo que venha não vai fazer a mudança necessária para travar a crise climática porque a mudança que é preciso é sistémica. Enquanto empresas continuarem a decidir a política energética do nosso país, milhares de pessoas irão continuar a morrer e tudo o que nós amamos continuará a ser destruído. Só com um movimento massivo de resistência pela nossa vida é que vamos conseguir garantir a nossa sobrevivência face à guerra que os governos e as empresas nos declararam. Por isso, o Climáximo convoca todas as pessoas para a manifestação de resistência climática que irá decorrer no dia 9 de Dezembro, aquando de mais uma cimeira pelo clima que apenas irá resultar na continuação do aumento de emissões, onde iremos definir as prioridades de desarmamento do sistema fóssil para o próximo ano.”