“Temos de abandonar qualquer réstia de confiança nestas instituições. ‘Crise política’ após ‘crise política’, percebemos que o sistema está construído para falhar”, afirma Mariana Rodrigues, porta-voz
O Climáximo, coletivo por justiça climática, pronunciou-se hoje em comunicado à imprensa sobre a crise política que afirma ser “um sintoma de um sistema que está em guerra com as pessoas e o planeta”. Em texto enviado às redações, a organização afirma que “a constante instabilidade governamental e o falhanço em dar resposta às crises climáticas e sociais que assolam as pessoas é sinal de um sistema que foi construído para falhar e que não tem emenda”.
Na opinião do coletivo, “a moção de confiança e uma nova ronda de eleições legislativas não vão conseguir resolver o maior problema de fundo das vidas das pessoas comuns: há um sistema económico fóssil e uma elite que vai sempre privilegiar as decisões em nome do lucro das empresas, e não no interesse das pessoas e do planeta”. Além disso, a porta-voz relembra que “a instabilidade política em Portugal não é um acaso, faz sim parte de um contexto global e europeu em que as elites já não se entendem entre si. Como sempre, são as pessoas comuns que perdem nesta situação: é só olhar para o acordo imperialista para dividir os recursos da Ucrânia, a proposta de Von der Leyen de investimento em armas de guerra em vez de uma transição energética justa, ou a ascensão da extrema-direita em vários países”.
O Climáximo afirma que “eles preferem investir na guerra contra as pessoas e contra o planeta: no armamento, nas fronteiras, nos despejos, nos projetos que aumentam emissões de gases com efeito de estufa, nos combustíveis fósseis. Nós, as pessoas comuns, temos de construir a paz. E isso significa parar de acreditar que este sistema vai resolver os nossos problemas, tomar ação direta, e construir a democracia de forma popular e participativa”.
Já nas eleições legislativas do ano passado, vários apoiantes do Climáximo fizeram várias ações de protesto com o mote “travar a crise climática não está na mesa de voto”. “Um ano depois, a mensagem só fica mais atual: este sistema foi feito para falhar. É hora de construir algo novo”, afirma a porta-voz.
No último Encontro Nacional por Justiça Climática, o Climáximo lançou uma edição impressa do “Plano de Desarmamento e Plano de Paz”, um “programa político para ser conquistado e implementado pelas pessoas”; bem como um apelo para a participação numa “assentada popular” no dia 1 de Junho no aeroporto de Lisboa parar “parar aviões, cortar emissões, e por mais transportes para o povo”, um momento que apontam como de “democracia direta”