Na sexta feira, 24 de maio, em Paris, cerca de 500 pessoas participaram na ação “Liquidation Total” por ocasião da Assembleia Geral do 100° aniversário da empresa petrolífera Total Energies.
Esta ação fez parte da campanha Carnage Total, organizada por Extinction Rebellion France, Stop EACOP, Attac France e Stop Total, e exige o abandono dos projetos mortíferos EACOP, Papua LNG, e Moçambique GNL, bem como a suspensão de qualquer investimento em novos projetos de combustíveis fósseis, sendo o objetivo final o desmantelamento da Total Energies e um plano de transição compatível com os prazos ditados pela ciência climática e respeitando os direitos humanos e dos trabalhadores.
Os alvos foram 2 locais: a sede da Total, onde a Greenpeace expôs o CEO Patrick Pouyanné como criminoso; aqui não foi possível mobilizar uma massa de pessoas devido a uma presença policial muito forte. O 2° local foi a sede da Amundi, a maior empresa da Europa de gestão de ativos e principal accionista da Total Energies.
Estiveram representadas cerca de 80 organizações, incluindo o Climáximo. Naquela manhã, estivemos presentes na ação no edifício da Amundi, onde várias dezenas de pessoas forçaram a entrada dentro do edifício, interrompendo a AGM da Amundi que decorria nos andares superiores, e deixando uma mensagem clara com frases escritas nas paredes e vidros partidos. Houve bastante violência por parte dos seguranças privados, que agrediram manifestantes e dispararam canhões de água contra a massa de pessoas. Ficámos retidas numa “gaiola” policial durante mais de 8 horas no local da ação, junto com outras 300 pessoas, onde a polícia nos impediu de sair do local. Mais de 100 foram detidas, sendo levadas pela polícia francesa sob bastante violência. No final da tarde, Tribunal dos Direitos Humanos declarou a situação de detenção ilegal, e a Police Nationale foi obrigada a libertar as centenas de pessoas que ali tinham permanecido.
Durante essas horas, ativistas representantes de populações impactadas, vindos do Peru (Marisol García Apagüeño, representante do povo indígena Kichwa da Amazónia) e Uganda (Nakabuye Hilda F.) tomaram a palavra para denunciar os crimes históricos da empresa. Exigiram a cessação de violações de direitos humanos e acumulação de recursos da Total, dos seus parceiros e subcontratantes.
Como a Total, também a Galp tem negócios neocolonialistas e projetos de morte em Moçambique.
Por cá, sabemos que os governos e as empresas nos declararam guerra e não vão ceder a exigências, venham elas de onde vierem. A única opção é a liquidação total da Galp e dos seus accionistas.