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Climáximo no bloqueio do porto industrial de La Rochelle, em França

Várias ativistas do Climáximo estão hoje a participar no bloqueio do porto industrial de La Rochelle, na mobilização “Stop méga-bassines”. Depois de ter participado ontem na ação na floresta de Saint Sauvant, o Climáximo continua a apoiar os protestos contra o sistema de bacias de retenção de água pelas multinacionais do agronegócio, coordenados pelo movimento francês Les Soulèvements de la Terre e com apoio de agricultores locais.

Por terra, a pé e em tratores, e pela água em catamarans e kayaks, milhares de ativistas bloqueiam o porto de La Rochelle, fortemente atacados pela polícia que continua a usar de forma indiscriminada gás lacrimogéneo, visível como uma nuvem sobre a região. O protesto contesta o projeto “Horizon 2025”, que se destina a aumentar ainda mais o este porto industrial para receber cargueiros ainda maiores, dragando os fundos e aplicando cargas explosivas no fundo oceânico para aumentar a sua profundidade.

Desde a madrugada que a polícia, presente em veículos blindados e uniformes de guerra tenta bloquear os acessos ao porto, mas os mais de 6000 manifestantes entrar em vários pontos. Começaram por ocupar a empresa de comércio de cereais Soufflet, enquanto uma coluna de tratores agrícolas escapava à perseguição policial. Por mar, embarcações acompanhavam a ação. Depois seguiram para o complexo agro-industrial do porto, onde também pontuam empresas como a Total Energies, a CMA-CGM, Lafarge e Bolloré.

Ao contrário da propaganda governamental e das empresas agrícolas, os projetos de mega-bacias de água são efetivamente um assalto à água comum, em particular no meio rural. O aumento da entrega do controlo da água, que cada vez é mais escassa, na mão de meia dúzia de multinacionais significa abandonar qualquer noção de soberania alimentar ou de produção sustentável. Com a grande justificação de que “produzem comida”, a única coisa que as grandes multinacionais do agronegócio fazem é açambarcar recursos e produzir uma mercadoria para exportar para os mercados internacionais, exatamente através de portos como o de La Rochelle. Este modelo impede o desenvolvimento de uma agricultura local de qualidade, adaptada às condições climáticas em transformação e com base nas comunidades rurais.

As bacias de água, que serão abastecidas com água extraída de aquíferos no inverno para alimentar culturas agrícolas impróprias para a região, regadas durante o verão, são uma entrega da água comum ao agronegócio, destruindo as pequenas explorações e o ambiente. O combate à seca não se faz com mega-projetos agrícolas destes, mas com a conservação de água e com a escolha de culturas agrícolas que façam sentido para a produção alimentar e condições locais.

Uma das ativistas do Climáximo no protesto recorda que “Em Portugal também há uma guerra contra o meio rural, devastado pelas grandes celuloses e empresas de olival intensivo, de frutos vermelhos e outras, que tornaram o interior mais pobre, mais frágil e, claro, mais seco. Há uma decisão reiterada de acelerar a desertificação ao favorecer o fornecimento irrestrito de água para a expansão da agricultura de exportação.”

O Climáximo apoia a mobilização Stop Megabassines e reitera o seu compromisso internacional em construir a resistência global à guerra organizada por governos e grandes empresas contra a Humanidade.

www.bassinesnonmerci.fr
www.lessoulevementsdelaterre.org

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