O coletivo denuncia as políticas do Orçamento do Estado (OE) por “conduzirem a sociedade para o inferno climático”. Afirma que o Governo “não tem soluções para a crise climática e o colapso social” e convoca a sociedade para a manifestação e ação “Parar Enquanto Podemos” no dia 23 de novembro.
Esta manhã, apoiantes do Climáximo despejaram corante vermelho na fonte do edificio da Caixa Geral de Depósitos que alberga os vários ministérios do Governo, sinalizando a proposta de Orçamento do Estado como “criminosa” e afirmando que o Governo tem “sangue nas mãos” por alimentar a crise climática.
Alice Gato, apoiante do Climáximo, afirma que “ao longo de várias semanas, as discussões sobre o Orçamento do Estado, cujo debate na generalidade começa hoje, limitaram-se a jogos de bastidores, deixando de parte as reais implicações das políticas públicas na vida das pessoas. Durante meses, estas discussões foram relatadas pela comunicação social como se de uma telenovela se tratasse, e a crise climática, a maior ameaça que a humanidade alguma vez enfrentou, não foi nem uma nota de rodapé. Entre dramas partidários, IRS jovem e IRC, as políticas que são realmente necessárias para travar o colapso ficaram à porta”.
O Climáximo vê este OE e as decisões que serão levadas a cabo por estes ministérios como parte da normalização em curso na sociedade dos atos de violência de governos e empresas contra a vida. “Tal como processos institucionais vazios, como a 29ª Conferência das Nações Unidas pelo Clima (COP) que irá acontecer em novembro, o OE demonstra que os Governos não nos vão salvar da destruição em curso. Pelo contrário: colocam conscientemente o pé no acelerador rumo ao inferno climático. Este é o Orçamento do estado de guerra em que nos encontramos. Eles continuam a levar-nos para um mundo com crescentes incêndios, secas, quebras de colheitas e cheias desastrosas, como as que já mataram 51 pessoas desde ontem em Valência, comprometendo tudo aquilo a que as pessoas dão valor: uma sociedade justa e democrática, condições de vida dignas e um planeta habitável para prosperar”, declara Alice.
O coletivo declara que “não é nos gabinetes de ministros que se vai encontrar a mudança de rumo necessária para travar a destruição em curso e desmantelar a indústria fóssil antes que seja demasiado tarde: têm de ser as pessoas comuns de todo o lado — trabalhadores, estudantes, mães, pais, filhos, precários, desempregados, avós, netos — a pôr um fim a estes ataques constantes de governos contra a vida e a garantir a sobrevivência”. Assim, o Climáximo apela “a toda a sociedade” para se juntar à manifestação e ação de resistência civil em massa Parar Enquanto Podemos, dia 23 de novembro, que partirá às 15h da Praça Paiva Couceiro para bloquear a Praça do Chile para “quebrar a normalização da violência da crise climática e iniciar na sociedade o debate que não está na COP nem no OE: como é que vamos parar esta guerra antes que seja tarde demais?”