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Consenso de Ação – Parar Enquanto Podemos

Este Consenso de Ação é o acordo de base para a ação Parar Enquanto Podemos, no próximo dia 23 de novembro, em Lisboa. Este documento é uma necessidade para organizarmos uma ação transparente e acessível para toda a gente. Numa ação com muitas pessoas, o consenso é a nossa bússula e ferramenta principal para cuidarmos umas das outras. Todas as pessoas que concordam com este Consenso de Ação são mais que bem-vindas a participar na ação.

No dia 23 de novembro, às 15h, vamos marchar da Praça Paiva Couceiro até à Praça do Chile numa ação de resistência civil em massa. Vamos marchar numa manifestação previamente convocada, interpelando centenas de pessoas no decurso da manifestação para que, juntas, paremos de consentir com a destruição de tudo o que nos rodeia e entremos em resistência climática, juntando-se a esta ação. Vamos fazê-lo de forma empática, gentil e com honestidade.

Chegando à Praça do Chile vamos, com coragem e criatividade, ocupar o espaço durante o máximo de tempo possível com os nossos corpos, de modo a pararmos a normalização da crise climática, colocando-la no centro, e abrindo um debate público sobre como vamos parar a guerra que os governos e empresas declararam à sociedade e ao planeta antes que seja tarde demais. Atravessaremos ou contornaremos pacificamente quaisquer bloqueios de forças policiais ou de segurança. 

A nossa ação é divulgada publicamente e todas as pessoas, com ou sem experiência prévia, são bem-vindas a participar. Antes do dia, vamos preparar-nos através de formações de ação de massas, tal como ter um momento de esclarecimento aberto a todas as pessoas que queiram participar na ação sobre a mesma e sobre as informações legais relevantes, na assembleia de preparação de 16 de Novembro. No decorrer dos momentos de preparação, cada pessoa fará uma decisão consciente entre as diferentes formas de estar presente no dia 23 de novembro, seja participando no bloqueio, seja fazendo algum papel de apoio à ação, ou simplesmente marchando da Praça Paiva Couceiro até à Praça do Chile.

A nossa ação não é contra as pessoas cujas vidas possam ser por ela afetadas, nem é dirigida à polícia ou aos trabalhadores. Reagiremos calmamente a qualquer possível provocação por parte de alguém que se manifeste contra a ação. Reconhecemos que a nossa ação possa causar incómodos a quem se cruze com a mesma, nomeadamente habitantes e trabalhadores da zona onde a ação terá lugar. Se tal acontecer, queremos expressar que o fazemos porque evitar o colapso civilizacional exige interromper a normalidade para termos um debate honesto entre todas as pessoas que estão vivas neste momento decisivo sobre como vamos parar o rumo ao colapso civilizacional para o qual os governos e empresas nos estão a dirigir. São as pessoas comuns que podem agir para travar o maior desafio com que a humanidade já se deparou.

O curso da ação será decidido em conjunto, pelo plenário dos delegados e pela organização da ação. Assumimos a responsabilidade coletiva pelo sucesso da ação. Vamos assegurar um processo transparente, com respeito e apoio integral a todas as pessoas alinhadas com este Consenso de Ação.

Tomaremos conta umas das outras antes, durante e depois da ação, e estaremos vigilantes face às necessidades e capacidades das pessoas que nos rodeiam. Estaremos com presença e atenção completa, não estando sobre o efeito de álcool ou outras drogas pesadas.

Não toleraremos qualquer tipo de discriminação entre quem concorda com este Consenso e participará na ação. Ambicionamos criar um espaço livre de opressão e discriminação, e que nos desafie a construir uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva.

Somos pessoas de diversas origens sociais e políticas. Vemo-nos como parte do movimento pela Justiça Climática, cabendo a todas nós o enorme desafio de travar o colapso climático. A nossa luta é contra todos os sistemas interligados de opressão e discriminação. Estamos em solidariedade com todos os povos que lutam por um planeta justo e habitável.

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