Esta manhã, um grupo de quatro apoiantes do Climáximo levou a cabo uma marcha lenta pela Rua dos Sapadores, alertando a sociedade para não continuar a consentir com o genocídio causado pela crise climática. O protesto havia sido comunicado previamente à CML, mas a meio do percurso a PSP interveio e parou a marcha, tendo sido detidas duas pessoas, sem justificação.
Apesar de alguns protestos de automobilistas contra a manifestação, o apoio popular fez-se ouvir ao longo do percurso da marcha, com palmas e vários testemunhos de apoio, e algumas pessoas chegaram mesmo a ocupar o lugar dos detidos atrás da faixa onde se lia “A crise climática é um genocídio.”
As duas pessoas foram levadas para a esquadra da Penha de França, em Lisboa, e libertadas após identificação e acusação dos crimes de desobediência e obstrução do trânsito rodoviário, cinco horas depois.
Depois de, ontem, alguns apoiantes do Climáximo que se encontravam no metro de Lisboa a distribuir panfletos para sensibilizar a população a agir e “juntar-se à resistência climática” terem também sido impedidos de continuar, o coletivo denuncia o que considera “a ação do Estado para a destruição, justamente 50 anos após a revolução dos cravos”.
Sara Gaspar, uma das porta-vozes, aponta: “no julgamento das onze pessoas que bloquearam o viaduto Duarte Pacheco, o juíz não permitiu a leitura de um manifesto sobre a crise climática, motivo do protesto; quando distribuímos panfletos no metro e conversamos com os passageiros, também somos impedidos. E hoje, até mesmo quando estamos numa marcha previamente comunicada, mais uma vez nos limitam o exercício de direitos conquistados no 25 de Abril. Todas as pessoas têm o direito e o dever de resistência contra a guerra que foi declarada contra a vida, deliberada e conscientemente, há décadas, por parte de governos e de empresas, e vamos continuar a resistir. É inegável o acumular de evidências: não são os culpados pela crise climática que a vão parar. Se não formos nós, as pessoas, a resistir e a criar a mudança necessária, seremos cúmplices do genocídio. Vamos consentir com a destruição ou vamos resistir e parar esta guerra contra as pessoas?”