Hoje, 19 de Setembro, três apoiantes do Climáximo foram condenadas a multas compreendidas entre os 800€ e os 1200€ e mais de 1 ano de prisão convertido em trabalho comunitário por um protesto político de disrupção pública por justiça climática que aconteceu no passado dia 12 de Outubro de 2023. As três pessoas condenadas, Matias Souza (25 anos), Bianca Castro (23 anos) e Ana Maria Valinho (37 anos), tinham bloqueado o trânsito na Praça José Fontana, em Lisboa, com uma faixa que dizia “A crise climática é um genocídio”.
Matias Souza, porta-voz do protesto, afirma que “nós não queríamos estar nesta posição, em que temos de arriscar penas como esta e colocar em jogo a nossa vida ‘normal’. Mas eles, os governos e as empresas, não nos deixam nenhuma outra hipótese: a crise climática é uma guerra que eles declararam contra a sociedade e o planeta, e só as pessoas podem pará-los. Todas as pessoas têm de entrar em resistência climática, porque nós, condenados, não somos excecionais: são as circunstâncias em que vivemos todos que o são”.
Em comunicado, o coletivo afirma que os incêndios “trágicos” aos quais estamos a assistir esta semana são “a crise climática a atingir Portugal em tempo real”. “Quando dizemos que eles, os governos e as empresas, estão a matar as pessoas com a crise climática que eles provocaram e alimentaram, não é uma metáfora. É, como vimos tragicamente esta semana, a realidade”, afirma Matias.
O coletivo apela ainda a que “todas as pessoas se mobilizem” ao protesto marcado para este domingo às 17h. “O País Arde, Temos de Acordar!” visa “o fim do ciclo de incêndio, morte, pobreza e desertificação”, bem como “responsabilizar os verdadeiros culpados destas tragédias: a indústria da celulose e da biomassa, bem como as principais empresas emissoras de gases com efeito de estufa que são responsáveis pela crise climática”. Em Lisboa será na Praça José Fontana, estando já marcado ponto de encontro para várias localidades no país.