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“Jatos privados são armas de destruição maciça, não têm lugar numa sociedade em chamas​​​​​​​” – Climáximo pinta e bloqueia jato privado em Cascais

Esta manhã, apoiantes do Climáximo entraram no Aeródromo de Cascais, em Tires cobriram um jato com tinta e bloquearam-no com os seus corpos. Afirmam ser necessário combater as causas mais injustas da crise climática pelas suas mãos, quando todas as negociações resultam em falhanço.
Esta manhã, apoiantes do Climáximo entraram no Aeródromo de Cascais, pintando um jato que estava estacionado na pista e bloqueando-o com os seus corpos, causando a paragem do funcionamento da infraestrutura. O coletivo por justiça climática denuncia os voos de luxo dos super-ricos e a hipocrisia criminosa dos líderes mundiais que se deslocam à COP28 num meio de transporte que é o pináculo da injustiça climática.
 
Noah Zino relembra que “Uma viagem de jato privado entre Londres e Nova Iorque emite mais CO2eq que uma família portuguesa num ano inteiro.” Afirma ainda que “Estar aqui corta mais emissões que qualquer escolha individual. Os donos do mundo culpam pessoas normais de forma ingrata pelos seus hábitos, quando na realidade esta é de longe a forma de transporte com mais emissões per capita, e é usada quase exclusivamente por ultra-ricos. A ONU afirma que o 1% tem de cortar mais de 97% das suas emissões, mas os voos duplicaram no ano passado.”
 
“Jatos privados são armas de destruição em massa, não têm lugar numa sociedade em chamas. Só a poluição da queima de combustíveis fósseis já mata, todos os anos, mais pessoas que os campos de concentração. As emissões que provocam recordes de calor, secas, fome e fogos, preços mais altos de comida, cheias, doenças, e catástrofes já condenam à morte milhões de pessoas também. Se há algum plano viável para a nossa segurança, este tem de começar já por cortar as emissões mais absurdas – estamos em emergência ou estão a gozar connosco?”
 
“Os líderes mundiais, ao deslocarem-se de jato privado aos Emirados Árabes Unidos para “negociações climáticas”, pintam uma imagem da realidade tão nítida como a tinta vermelha que os denuncia”, afirma Viriato Afonso, técnico de trabalhos verticais de 29 anos, que também esteve no local. “O papel deles é proteger o sistema e os lucros dos culpados. Para eles, não importa o número de mortos e refugiados causados pela manutenção da “normalidade” – não vão abdicar de lucros milionários, nem dos luxos com que se premeiam – temos de ser nós a pará-los.”
 
Cortar as emissões de luxo e voos supérfluos, como os de jato privado e os voos de curta distância, travar qualquer plano de aumento da aviação, seja um novo aeroporto em Lisboa ou a expansão em curso do Aeroporto de Cascais, e requalificar milhares de trabalhadores, desenvolvendo amplamente a rede ferroviária nacional e internacional, são parte das soluções avançadas pelo Climáximo para travar a crise climática e construir a paz.
 
O coletivo desafia todas as pessoas a juntarem-se e saírem à rua no próximo sábado, dia 9 de dezembro, numa manifestação de Resistência Climática para construir uma alternativa frente às negociações levadas a cabo na cimeira climática que, mais uma vez, resultarão no aumento de emissões.

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