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No Dia Mundial da Amazónia, Climáximo assina manifesto com mais de 200 organizações em defesa da Amazónia

Publicado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens

Manifesto em Defesa da Amazônia

Neste 05 de setembro de 2024, celebramos no Brasil mais um dia da Amazônia. Em vários locais de nosso país haverá manifestações para chamar a atenção para o grave momento de crise ambiental e climática que estamos vivendo.

Pelo menos desde 1972, com a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, conhecida como Conferência de Estocolmo, o mundo já conhece a relação entre a destruição ambiental e o aquecimento global. De lá para cá, a situação tem se agravado apesar de todas as conferências internacionais e discussões propostas pelos governos e estados. Os dados apontam que as emissões de gases de efeito estufa aumentaram de forma drástica nestes mais de 50 anos. Que as emissões previstas até 2050, com graves consequências para a humanidade, irão ocorrer até 2030, com 20 anos de antecedência, agravando a situação de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

Ao olharmos para esta história, vemos que o atual modelo econômico baseado na acumulação de capital a qualquer custo está levando a humanidade à desgraça. Quem mais sofre é a classe trabalhadora, em especial aqueles mais pobres e precarizados, a população negra, indígena, com especial gravidade para a situação de mulheres e crianças, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Ao fazermos manifestações neste dia da Amazônia, queremos contribuir para a elevação no nível da consciência do povo brasileiro, para que todos tenhamos mais informações sobre os fatos e os principais causadores desta grave crise ambiental e da destruição da Amazônia em particular. Estamos falando de setores muito poderosos de nossa classe dominante: o capital financeiro, o agronegócio, as transnacionais da mineração e da energia que privatizam nossos bens comuns, entre outros.

Quem desmata e queima nossas florestas, queima nosso futuro, e esses são inimigos do povo brasileiro e inimigos da humanidade, e devem ser responsabilizados pelos seus crimes. Não falamos só de quem acende o fogo dentro da floresta ou nos campos, mas toda uma cadeia poderosa de interesses, com grande presença nas instituições políticas, que coloca o lucro acima de tudo e destrói nosso futuro comum. É o modelo econômico que precisa ser mudado.

É necessário incentivar programas de desenvolvimento social, cultural e tecnológico que contribuam para tirar nosso país das armadilhas do capitalismo dependente e que tenham como premissa básica o respeito à vida e ao meio ambiente de maneira integral. É necessário exigir que haja em nosso país um projeto pautado na soberania com distribuição da riqueza e controle popular.

Por fim, neste dia devemos nos comprometer a ampliar o trabalho organizativo, elevando o nível de consciência e de compromisso socioambiental de todo o povo brasileiro, e de forma especial para todas as populações que vivem nas áreas mais atingidas pelos eventos extremos. Nos colocamos ao lado daqueles que historicamente são responsáveis pela defesa da vida e da Amazônia: os povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas, camponeses, e também a classe trabalhadora urbana. Só o povo organizado, com unidade de projeto e em luta, é capaz de propor verdadeiras soluções.

Nos comprometemos a estimular, propor e cobrar dos governos e autoridades que assumam cada vez mais o seu compromisso com a justiça econômica, com a justiça social e a justiça ambiental com ampla participação e protagonismo de nosso povo.

E também cobramos dos organismos internacionais, dos governos e empresas dos países que historicamente geraram altos graus de poluição, que agora paguem a conta pelo mal que fizeram a humanidade até o momento.

Neste dia da Amazônia, todos devemos assumir que defender a Amazônia é defender a vida.

Salve a Amazônia! Somos todos atingidos.

 

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