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“Parar Enquanto Podemos”: Centenas de pessoas bloqueiam a Praça do Chile em ação de resistência civil para “acabar com a banalização do colapso climático”

Centenas de pessoas estão a bloquear a Praça do Chile, em Lisboa, na ação de resistência civil “Parar Enquanto Podemos”. O objetivo é “quebrar a normalidade mortífera” do colapso climático e abrir o debate urgente na sociedade sobre “como desmantelar a indústria fóssil e travar o colapso climático pelas nossas mãos, antes que seja tarde demais.”

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Esta tarde, cerca de xxx pessoas juntaram-se à manifestação e ação de resistência civil “Parar Enquanto Podemos”, convocada pelo Climáximo para “quebrar a normalidade e entrar em resistência climática”. A ação de protesto começou às 15h na Praça Paiva Couceiro e desceu a Rua Morais Soares, fazendo paragens em lojas e cafés, onde as pessoas foram convidadas a juntar-se à marcha, a que muitas responderam positivamente, engrossando o protesto. 

A ação culminou na Praça do Chile, onde grupos de pessoas se prenderam umas às outras, algumas com xxxx nos braços. Os participantes sentaram-se de forma pacífica na estrada, abrindo caminho para a ocupação da Praça. Uma faixa com as mensagens “Desmantelar a Indústria Fóssil” e “Os Governos e as Empresas Declararam Guerra à Humanidade e ao Planeta” foi pendurada sobre a rotunda.

Maria Paixão (28 anos), professora e investigadora na área do Direito do Clima, afirma que “Não podemos permitir que a violência da crise climática continue a ser banalizada. Morreram mais de 200 pessoas em Valência, num cenário de cataclismo; 350 mil ficaram sem casa nas cheias no Sudão do Sul; e 50 mil morreram na Europa devido ao calor extremo só este Verão. Quantas mais vidas serão necessárias para agirmos coletivamente? Esta é uma questão de sobrevivência que diz respeito à minha vida, à vossa, à de toda a gente. Estamos aqui para quebrar esta falsa normalidade e apelar a que toda a sociedade se erga para travar o colapso climático e social, porque ninguém o vai fazer por nós”.

A ação coincide com o encerramento das negociações na 29ª Conferência das Nações Unidas pelo Clima, que foram estendidas após o fracasso em chegar a um acordo sobre o financiamento climático. Coincide ainda com finalização da discussão do Orçamento do Estado em Portugal, que apenas garante o colapso climático. Discursos durante o protesto criticaram a inação dos líderes nacionais e internacionais, assim como a expansão da queima de petróleo, gás e carvão, descrita como “um ato de guerra contra a sociedade e o planeta”.

Mariana Rodrigues (29 anos), afirma que “Os Governos sabem há décadas que queimar combustíveis fósseis nos coloca numa autoestrada para o inferno, mas nas COPs sentam-se à mesa com as empresas que estão a atear o fogo. Como é que podemos achar que quem nos está a matar, e a lucrar com isso, vai resolver o que quer que seja? Isto é uma guerra aberta contra as pessoas e o planeta. As suas armas de destruição—gasodutos, aeroportos, plataformas de petróleo—já matam milhares de pessoas e deixaram milhões sem casa. Não podemos esperar que quem escolhe conscientemente atacar-nos vá parar por sua vontade. Cabe-nos a nós travá-los.”.

O coletivo afirma que irá continuar a bloquear a Praça do Chile nas próximas horas, sublinhando que, desta forma, pretende “tornar impossível ignorar a violência da crise climática e colocar no centro a questão que importa: como é que todas nós, as pessoas comuns, vamos parar a guerra que os Governos e empresas declararam à sociedade e ao planeta, enquanto ainda temos tempo para fazê-lo, parar enquanto podemos”.
 
O Climáximo convida todas as pessoas a juntar-se “a esta luta histórica pelas nossas vidas”, participando numa Formação em Resistência Climática, no dia 14 de Dezembro, e a consultar o Plano de Desarmamento e de Paz, que será debatido por dezenas de organizações no 10º Encontro Nacional por Justiça Climática em Fevereiro de 2025.

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