Numa quadra em que se celebra a solidariedade e o amor ao próximo, o coletivo pela justiça climática relembra que “todas as pessoas têm de entrar em resistência porque a crise climática provocada pelos governos e empresas está a pôr em risco tudo aquilo que amamos”.
Na noite de 7 de Dezembro, apoiantes do Climáximo desligaram as luzes de natal numa rua na zona da Alameda Dom Afonso Henriques, na Avenida da Liberdade, numa rua na Baixa-Chiado, e da árvore de Natal no Terreiro do Paço, acendendo nesta última os enfeites com uma mensagem em que se lia “resistência climática”. No local, a porta-voz da ação – Maria Mesquita, 22 anos e animadora de ATL – alertou os visitantes e famílias presentes para o perigo que a crise climática representa para as suas vidas e dos seus familiares: “Há pouco mais de 1 mês, 250 pessoas morreram em Valência em cheias catastróficas provocadas pela queima de combustíveis fósseis. Em Valência, centenas de famílias terão um lugar vazio à mesa de Natal. Eles, os governos e as empresas que continuam a queimar combustíveis fósseis, estão a tornar o planeta num verdadeiro inferno. E nós, as pessoas comuns, temos de entrar em resistência e travá-los, já. Para que mundo nos encaminhamos?”
Em comunicado, o coletivo afirma que fez esta ação para “urgir todas as pessoas a ouvirem a mensagem mais importante desta década e entrarem em resistência climática, porque estamos a ficar sem tempo. Eles, os governos e as empresas, declararam guerra à sociedade e ao planeta e cada catástrofe climática é mais uma prova do abismo para o qual eles nos estão a guiar. Nesta época em que praticamos a solidariedade temos de nos perguntar: o que estamos realmente a fazer para salvaguardar a vida e o bem-estar comum das nossas famílias, amigos, vizinhos e comunidades? Vamos consentir com este sistema, ou vamos resistir e participar na luta coletiva por uma vida digna num planeta habitável?”. No discurso no local, Maria Mesquita remata ainda com um apelo: “a melhor prenda que se pode oferecer este natal é entrar em resistência”. A porta-voz garante ainda que “foram tomadas as devidas precauções de segurança” e que “não houve qualquer dano” nas instalações luminosas.
O Climáximo, que a 23 de Novembro organizou a marcha e ação “Parar Enquanto Podemos” que contou com cerca de 300 pessoas, apela a “todas as pessoas que sabem que é necessário entrar já em resistência” para participarem na “Formação em Resistência Climática” no dia 14 de Dezembro.
