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Repressão contra o movimento – 5 defensores da vida acusados de organização criminosa por procurador na Alemanha

O Ministério Público de Munique acusa 5 defensores da vida do coletivo “ Última Geração” de serem uma organização criminosa. Cinco relatores especiais da ONU denunciam esta acusação como um ataque contra o direito a protesto. Climáximo está em solidariedade.

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A 21 de março de 2025, Carla, Imke, Christian, Wolli e Ingo, ativos no coletivo climático “Última Geração” na Alemanhã, foram acusados pelo Ministério Público de Munique de serem uma organização criminosa devido a protestos pacíficos. Trata-se de um coletivo que tem feito protestos não-violentos tendo sempre uma comunicação explícita e pública e tendo como único pedido que o governo pare de contribuir para a crise climática. Esta acusação viola as normas internacionais de direitos humanos. Como resposta a esta repressão, 5 relatores especiais da ONU intervieram e manifestaram a sua preocupação com o processo. Contudo, o governo alemão respondeu limpando as suas mãos e desresponsabilizando daquilo que é um claro caso de repressão política e violação dos direitos de protesto. Assim, os 5 Relatores Especiais das Nações Unidas lançaram agora uma petição cidadã, que exige ao governo, ao Ministério Público e ao Tribunal Regional de Munique que a democracia seja protegida e que não sejam reprimidos protestos pacíficos, especialmente em tempos de catástrofe climática!

Assina a petição aqui: https://menschengegenoel.raz-ev.org/petition_english

Tudo isto está a acontecer porque um sistema que depende da exploração de combustíveis fósseis e das pessoas não pode permitir que se insista em dizer a verdade sobre o estado de emergência climática, no qual nos encontramos, bem como a transformação social que implicaria travá-lo. O Climáximo está solidário com todas as pessoas que enfrentam atualmente um crescimento de repressão por apenas defenderem a vida e tentarem parar a destruição de tudo o que amam e cuidar das condições básicas de vida como acesso a comida, água e abrigo. A repressão atual não pode ser deixada aos tribunais. Tratam-se de casos políticos e sociais, e está nas mãos da sociedade parar este ataque aos direitos básicos de defesa popular e não permitir que pessoas sejam presas por dizerem a verdade.

Em maio de 2023, a polícia alemã invadiu os quartos de ativistas climáticos pacíficos com armas apontadas e confiscou o website desta organização e muito do dinheiro do movimento. Na altura, a polícia de Munique rotulou automaticamente, sem qualquer processo ou decisão do tribunal, a organização como criminosa colocando essa informação na página de entrada da Última Geração, ameaçando que qualquer apoio a esta organização seria um crime por si. Tal ato de repressão foi confrontando com contestações sociais, tendo forçado a polícia a retirar esta nota do site. Atualmente, Carla, Imke, Christian, Wolli e Ingo têm um mês para enviarem a sua defesa face à acusação atual do tribunal.

Em Portugal apoiantes do Climáximo que participaram em ações diretas pela justiça climática já contam com 6 casos concluídos que resultaram em: 36 anos de prisão suspensa e 30000€ de multas e custos legais. Isto por dizerem a verdade sobre a emergência climática. Ainda estão a decorrer 13 casos no tribunal, que somariam a um total de 200.000 EUR de multas e despesas legais caso todos os casos resultarem em condenação.

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